Insetos são fundamentais para o ecossistema agrícola

Grupos de abelhas, borboletas, besouros e outros insetos estão expostos na Unidade 10, da Vira Rural 2023, durante a ExpoLondrina

“Pelo menos 75% dos cultivares necessitam de algum inseto para produzir.” A afirmação é do professor Fernando Dias, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal do Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O professor coordena a Unidade Biodiversidade de Insetos (10), da Via Rural 2023, na ExpoLondrina. 


O docente explica que o espaço mostra ao público que o cultivo de algumas plantas são impossíveis sem os insetos. “A gente frisa que quanto maior é a biodiversidade de insetos em uma região produtora, maior vai ser a qualidade e a quantidade da produção”, afirma Fernando Dias.


A unidade exibe uma parcela de insetos e aracnídeos, destacando curiosidades do acervo como mimetismo e camuflagem das espécies. Nas explicações, são mostradas as diferenças entre o macho e fêmea, tamanhos e coloração. A unidade também visa explicar ao produtor rurais as maneiras de manejar o ambiente sem fazer uso de pesticidas. 



“A preservação dos ambientes vai fomentar uma maior diversidade de insetos, que vão funcionar como polinizadores e vão aumentar a produção dos grãos, como também vão funcionar como inimigos naturais de insetos considerados como pragas”, explica o professor Fernando Dias. Ele afirma que uma maior variabilidade de espécies regula a cadeia alimentar e reduz a incidência de animais danosos ao agricultor.


Abelhas: produtoras naturais


O espaço ainda conta com uma exposição do Programa de Mestrado em Educação Ambiental em Abelhas sem Ferrão. O objetivo é mostrar a diversidade  de abelhas existentes no Brasil e como a conservação desse inseto impacta na produção de alimentos, por exemplo.


“A gente faz a relação entre a conservação das abelhas com os alimentos que a gente come. Por exemplo, o maracujá, que é abelha mamangaba. Esse, é o único inseto no mundo inteiro que poliniza o maracujá. Tem locais em que a espécie está extinta e é necessário realizar a polinização artificial pelos próprios produtores”, comenta a estudante  de mestrado Isabela Tavares, que integra o Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA/UEL).



O estudo recente do LAGEA aponta que a presença das abelhas aumentam a produção em até 80%. Até com o café, que é auto-polinizador, a qualidade e quantidade dos grãos aumentam consideravelmente com a presença de abelhas. 


Thiego Bitencourt, estagiário de Jornalismo, com supervisão do professor Reinaldo Zanardi.