Sorvete de juçara contribui para preservar a espécie

Desconhecida em relação ao açaí, a juçara é uma planta nativa da região e tem alto valor nutricional

João Pedro Conchon

Paulo Saito, na oficina de sorvete: o fruto da juçara tem alto teor nutricional. Foto: João Paulo Conchon.

As lojas que vendem derivados do açaí são se popularizaram em todo o país.  O fruto nativo da Amazônia é muito apreciado, também, entre os paranaenses, mas poucos sabem que uma “prima” do açaí é nativa da nossa região: a juçara. E mesmo quando sabem, geralmente, relacionam-na com a extração de palmito, mas ela tem um potencial que vai muito além disso.

Foi com essa perspectiva que a oficina “Desenvolvimento de sorvete de juçara” foi ministrada nesta quarta-feira, dia 10, na Via Rural da ExpoLondrina 2019. Os responsáveis foram a professora Sandra Garcia e o estudante Paulo Terumitsu Saito, do programa de Pós-Graduação de Ciências de Alimentos da UEL. Eles ensinaram os participantes a fazer um sorvete que inclui a juçara na receita.

“Em termos nutricionais, a juçara tem altos teores de antioxidantes, antocianinas e compostos fenólicos, que são maiores do que outros frutos como a uva ou o açaí”, explica o doutorando Paulo Saito. “Essas substâncias são essenciais para a proteção contra a oxidação do corpo.”

Além da perspectiva nutricional, outro foco é a preservação da juçara. Essa espécie de palmeira sempre foi muito procurada pelo palmito, mas sua extração inevitavelmente causa a morte da planta. Por esse motivo, a juçara está em risco de extinção, o que motiva pesquisadores de diversas áreas a buscarem meios de estimularem a sua conservação.
O aproveitamento do fruto da juçara é um deles, pois além de estimular a preservação e o cultivo das palmeiras, as sementes do fruto podem ser reaproveitadas para germinação de novas plantas.