Espaço é fruto de um projeto de aproximação entre o Emater e
os habitantes da Terra Indígena Apucaraninha
Lucas Maffessoni
Indígenas do Apucaraninha ganham unidade didática na Via Rural Fazendinha. Foto: Lucas Maffessoni.
Em 2019, a Via Rural Fazendinha disponibilizou uma unidade para a
comunidade indígena Kaingang, onde os membros podem expor artesanato e
compartilhar sua cultura com os visitantes do local. Segundo o assistente
social do Emater em Tamarana (PR), Alison Bilmaia, a intenção do instituto é que,
a partir deste ano, os indígenas sempre tenham uma unidade exclusiva na Via
Rural. “Estamos começando agora uma aproximação. Surgiu a ideia de disponibilizar
um espaço para eles exporem o artesanato, pois, além de auxiliar na preservação
da cultura, também funciona como uma fonte de renda.”
Na última terça-feira, um grupo da Terra Indígena Apucaraninha esteve na
Fazendinha para uma apresentação cultural. O evento foi realizado por meio de
uma parceria entre o Emater, a Funai, a Copel e a Prefeitura do Município de
Londrina. Segundo Bilmaia, o apoio foi fundamental. “Sem os parceiros, nós não
conseguiríamos trazer o grupo.”
Gabriel Kaje, coordenador e projetista cultural do Projeto “Vehn Kar”
(“de todos”, na língua kaingang), da Copel, afirma que, ao conhecer a cultura
de uma pessoa, é possível saber quem ela é, e, por isso, é muito importante que
tenham essa unidade didática na Fazendinha. “Isso é uma iniciativa muito
bacana, pois, através da parceria, nós podemos divulgar nossa cultura. Todas as
culturas se apresentam através da fala e do artesanato.”
O projeto “Vehn Kar” surgiu após o pagamento de uma indenização, em 2006
por parte da Copel, aos habitantes da Terra Indígena Apucaraninha, devido aos
impactos socioambientais provocados pelo funcionamento de uma usina no
território Kaingang. Com o recurso, foi possível viabilizar o projeto, que
promove a cultura e auxilia nas necessidades internas da aldeia, como educação
e capacitação profissional. “Nós temos uma relação muito boa com a Copel. O
recurso é nosso, mas eles nos auxiliam a utilizá-lo”, afirma Kaje.